quinta-feira, 10 de março de 2016

A anatomia da melancolia
Um labirinto verbal que é um consolo para a alma. Um bálsamo literário.
Um hino ao "prazer de ler".
"the greatest work of prose of the greatest period of English prose-writing”







Anatomia da Melancolia

terça-feira, 8 de março de 2016









Ein Portrait



Heidegger and Fritz Blum 1906



"A arte é uma droga que gera dependência"
Marcel Duchamp


Yves Pires - Sculptures -



ASK Frank Wan


Frank, qual é a sua opinião em relação aos videogames? 2
Não sei se reparaste neste pormenor MM.
Passados 3 000 anos ainda não escapámos à estrutura do mitema: homem bom luta e vence homem mau por uma causa justa.
A violência ao serviço do bem. O mitema de Shaolin, dos Templários, etc....
Variação futebolística: tribo bem organizada e irmanada vence a outra tribo.

Essa é sempre a linha de força de todas as narrativas, de Homero à Bíblia, dos filmes aos videogames.
Estrutura narrativa jurássica que não sai de moda.
Se quiseres saber porquê lê a obra de um antropólogo que morreu recentemente: René Girard.
Se quiseres, antropologicamente, tens aí um dos segredos do "sucesso" do cristianismo.
E também tens o segredo do insucesso do cristianismo: o "louco" Jesus pede aos homens a loucura de "amar os inimigos" e "dar a outra face", i.e., acaba com o ciclo da devolução da violência, do equilíbrio da justiça e dos atos por mérito e devolução... e mergulha no abismo do amor.
Não te assustes, os homens trataram logo de "organizar o amor" (ahahahahahaha contradição nos seus termos) em convenientes religiões com sacerdotes gordinhos que fazem uns discursos e recebem uma gorjeta.

ASK


O que fazer depois de perder o pai?
A perda sempre depende da relação que você tinha com o seu pai. Se bem que a dor, estranhamente, por vezes, seja pior com o progenitor com o qual se tinha mais márelação - é como se ficasse uma amargura no ar por tudo o que não se conseguiu construir na relação em vida.
Recentemente vi uma pessoa que perdeu o pai. Ele anda a visitar os amigos do pai. Apercebi-me disso e disse-lhe "andas a revisitar o mundo do teu pai para te despedir dele".
Tem-lhe feito muito bem. Nós contamos-lhe coisas do pai dele (por vezes mentimos, mas já se sabe, morto é sempre uma pessoa espectacular). Ele ri-se, ouve as peripécias, e diz"não tinha ideia que o meu pai era assim".
Esse seria o meu conselho: visite os amigos dele, oiça histórias do velho, visite muitas vezes a última casa dele, fale com pessoas da idade dele mesmo que não tenham sido amigas dele sempre partilharam os mesmos acontecimentos sociais e históricos.
E vou avisando: você vai mudar. Vai sentir coisas diferentes em relação a outras pessoas e, durante uns tempos, tenha cuidado consigo: você vai ter reações inesperadas e sentir coisas inusitadas.
Outro aviso: o luto é por ondas.
Há momentos que parece que esqueceu e, de repente, bate uma coisa que esmaga o coração. Depois passa. Depois volta. Depois, passa muito tempo e parece que acabou...e volta com violência.
Visite o túmulo as vezes que necessitar.
Mais dois avisos:
1. ele está contigo, dentro de ti e à volta de ti. Não tenha dúvidas.
2. Homem chora.
Chorar lava a alma. Como diz o Kundera "quando se começa a chorar, aproveita-se, e chora-se por tudo". Faça isso: aproveite e chore por tudo na sua vida.
Pode contar comigo, eu sou cinturão (cinto) negro em sofrimento. A melhor forma de lidar com o sofrimento é sofrendo. Não existem anestesias.
Grande abraço

segunda-feira, 7 de março de 2016


O café dos exilados interiores.


"Here the physiological is a symbol of the logical."
Ludwig Wittgenstein




domingo, 6 de março de 2016


O homem tem em si uma sede de infinito, uma saudade de eternidade, uma busca de beleza, um desejo de amor, uma necessidade de luz e de verdade, que o impelem rumo ao Absoluto; o homem tem em si o desejo de Deus.
PAPA BENTO XVI



Der Mensch trägt ein Verlangen nach dem Unendlichen in sich, eine Sehnsucht nach Ewigkeit, eine Suche nach Schönheit, einen Wunsch nach Liebe, ein Bedürfnis nach Licht und Wahrheit, die ihn zum Absoluten drängen; der Mensch trägt die Sehnsucht nach Gott in sich.


sábado, 5 de março de 2016




Quando prepara o transe, o xamã bate o tambor, chama os seus espíritos auxiliares, fala uma "língua secreta" ou a "língua dos animais", imitando sua voz e sobretudo o canto dos pássaros. Acaba por obter um "estado segundo" que põe em ação a criação lingüística e os ritmos da poesia lírica. Ainda hoje, a criação poética continua sendo um ato de perfeita liberdade espiritual. A poesia refaz e prolonga a língua; toda linguagem poética começa sendo uma linguagem secreta, ou seja, a criação de um universo pessoal, de um mundo perfeitamente fechado. O ato poético mais puro tenta recriar a língua a partir de uma experiência interior que, assemelhando-se por isso ao êxtase ou à inspiração religiosa dos "primitivos", revela o fundo das coisas. É a partir de criações lingüísticas dessa ordem, possibilitadas pela "inspiração" pré-extática, que as "linguagens secretas" dos místicos e as linguagens alegóricas tradicionais se cristalizaram depois.Coleccionei inimigos... e estes juntaram-se e vingaram-se...

D.van Dalen (Author)


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M Elíade

Hölderlin chega ao indizível e afunda-se na loucura, o místico não. O místico consegue ressintetizar o inefável e transformá-lo em algo comunicável.



sexta-feira, 4 de março de 2016



A filosofia é um exercício de "análise" e não um "pacote de doutrinas". Nos termos de Wittgenstein é uma "crítica da linguagem",  sobretudo da linguagem filosófica.
A ciência produz conhecimento sobre o mundo, já a filosofia elucida "proposições problemáticas", portanto, a filosofia é a "afinação" do instrumento linguagem de forma a obter uma clarificação lógica dos pensamentos.
Em Wittgenstein "pensamento" e "linguagem" são duas entidades.
Entre o que se pensa e o que se diz há uma "tradução".
No pensamento há "imagens dos factos do mundo" que podem ser organizados logicamente. A linguagem é "apenas" uma forma simbólica de transmissão do pensamento.
Segundo Wittgenstein as "mentes teorizantes" deixam-se enredar no discurso. A tradição filosófica e o mundo estão cheios de malabaristas palavrosos e vazios.
Silêncio 2


***

Segundo o jovem Wittgenstein, a filosofia não "resolve" problemas, mas "dissolve" problemas.
A resolução de um problema filosófico não depende da "realidade", depende da "consciência" que o sujeito tem da mesma e, essa consciência, é mediada pela linguagem, logo,  não tem que se tomar consciência da "realidade" mas sim do "disfuncionamento linguístico". A tarefa  da filosofia seria, então, não mais que uma "terapia" que repusesse o bom uso da linguagem.

E foi assim que eu "dissolvi" mais 300 euros  nestes  dois volumes volumosos e exaustivos
Silêncio 1













quinta-feira, 3 de março de 2016


" A modernidade é o transitório, o fugidio, o contingente, a metade da arte, a outra metade é o eterno e o imutável"

“La modernité, c'est le transitoire, le fugitif, le contingent, la moitié de l'art, dont l'autre moitié est l'éternel et l'immuable."
Charles Baudelaire

***

No carrossel das explicações do mundo contemporâneo:
o mundo é pós-moderno para Lyotard; pós-industrial para Bell; tardo-capitalista para Habermas; neobarroco para Calabrese; mediático para McLuhan e está no Fim da História para Fukuyama.
Até fiquei tonto.



terça-feira, 1 de março de 2016

"A coisa em si (Ding an Sich) está muito escondida"
"The thing itself (Ding an Sich) is deeply veiled"


Imanuel Kant










“I had to philosophize. Otherwise, I could not live in this world.”
― Edmund Husserl
Husserl und Heidegger