“Conhecimento” envolve sempre a interação entre um “sujeito”
e um “objeto”, aquele é o que conhece e este o conhecido.
Convém
distinguir, de forma rápida, os diversos
tipos de conhecimento:
Conhecimento por contacto – como quando perguntamos se “conhece
alguém” ou se “conhece uma certa cidade”.
Conhecimento prático – no sentido de saber fazer alguma coisa:
tocar piano ou arranjar torneiras.
Conhecimento proposicional ou de verdades. Aqui temos a
produção de juízos ou enunciados verbais. O conhecimento, neste sentido, é
verdadeiro ou falso.
A estrutura e origem deste tipo de conhecimento é atribuída
normalmente a Platão no famoso diálogo “Teeteto”( Θεαίτητος), dedicado, exclusivamente,
ao problema da “natureza do conhecimento”.
Nota: para muitos platonistas, Platão, são só os diálogos, o
resto é espúrio (a desenvolver).
Recomendo, então, a leitura e estudo do Teeteto.
Para mim, a secção final está escrita com um sentido de
humor ímpar. Nesta, é comparada a mente a um aviário. Faz-se a distinção entre “ter”
(κεκτῆσθαι) e “possuir”
(sἔχειν) – o sujeito cognoscente é comparado a um caçador de
pássaros e sujeito a confundir pombas com rolas.
Recomendo a leitura de dois textos:
Elandro Luis Zeni – Conhecimento e linguagem, um estudo do
Teeteto de Platão
Anderson Borges – Razão e sensação no Teeteto de Platão
Há uma tradução (livre) brasileira e o grande clássico em
língua portuguesa da gulbenkian.giro dois te li
Σωκράτης
βούλει οὖν λέγωμεν ὅτι τῶν μὲν ὀνομάτων οὐδὲν ἡμῖν μέλει, ὅπῃ τις χαίρει ἕλκων τὸ ἐπίστασθαι καὶ μανθάνειν, ἐπειδὴ δὲ ὡρισάμεθα ἕτερον μέν τι τὸ κεκτῆσθαι τὴν ἐπιστήμην, ἕτερον δὲ τὸ ἔχειν, ὃ μέν τις ἔκτηται μὴ κεκτῆσθαι ἀδύνατόν φαμεν εἶναι, ὥστε οὐδέποτε συμβαίνει ὅ τις οἶδεν μὴ εἰδέναι, ψευδῆ μέντοι δόξαν οἷόν τ᾽ εἶναι περὶ αὐτοῦ λαβεῖν; g
βούλει οὖν λέγωμεν ὅτι τῶν μὲν ὀνομάτων οὐδὲν ἡμῖν μέλει, ὅπῃ τις χαίρει ἕλκων τὸ ἐπίστασθαι καὶ μανθάνειν, ἐπειδὴ δὲ ὡρισάμεθα ἕτερον μέν τι τὸ κεκτῆσθαι τὴν ἐπιστήμην, ἕτερον δὲ τὸ ἔχειν, ὃ μέν τις ἔκτηται μὴ κεκτῆσθαι ἀδύνατόν φαμεν εἶναι, ὥστε οὐδέποτε συμβαίνει ὅ τις οἶδεν μὴ εἰδέναι, ψευδῆ μέντοι δόξαν οἷόν τ᾽ εἶναι περὶ αὐτοῦ λαβεῖν; g
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